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Mostrando postagens de maio, 2014

Claus e Vanessa

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Ele tentou remir os ressentimentos relembrou dos afetos e aos desafetos purgou todas a dores. Hoje prefere não pensar nos temores dos amores. Ela chorou com pesar lembrou de todas as flores. E assim, foi repensar quase esqueceu dos dissabores. By Lu Ribeiro

Mais uma lembrança

A chuva encharcava o  meu pensamento, quando eu o vi.  Ele estava  parado na esquina os olhos buliçosos e  os lábios esboçavam uma sinceridade. Eu o perscrutei como quem põe um inseto na lupa.  Os pés pequenos que contavam longas histórias de caminhos antigos e das ruas cujos nomes foram apagados, dos lugares que o tempo engoliu. Trajava calça branca com listinhas finas, camisa azul de botões e boné listradinho. E, como um encanto, descobri nele uma antiga lembrança, que  havia se perdido na minha vida adulta, voltei ao sítio São Francisco, a casa branca de varanda e cheguei ao quarto das invenções. Era o estúdio do meu avô materno, “Seu Francisco”, eu chamava de vovô Chico. Um homem criativo, de cabelos densos e azulados, mãos trêmulas e o sorriso sincero. Ele não desperdiçava nada, fazia novo uso de algo velho, criava algo inusitado. Meu irmão herdou dele esses “genes de professor pardal” e eu herdei toda a saudade.

O despertar da Cinderela

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O fuscão 68, o companheiro inseparável, que h erdou de seu tio solteirão. Aos dezoito anos era um dos poucos de sua turma que possuía um veículo. Afinal, ainda estava no terceiro ano  ensino médio. Nunca fora popular entre os colegas, mas agora tudo mud ou . A carteira de habilitação estalando de nova nas mãos, foi inevitável sentir um  furor, porque não dizer um orgasmo, tudo seria diferente. Não mais, o último a ser escolhido para completar o time, a partir de então era ele quem escolhia, era o dono da bola. Quantas meninas que antes não lhe davam um bom dia, passaram a sorrir lhe todos os instantes, os bilhetes eram constantes, uma chuva deles durante as aulas. A sorte lhe sorria. Um adeus bem rápido aos pais, mochila, óculos e a carta de alforria. Todo lindo a sua espera o fuscão, brilhando de limpo. Abriu a porta, ajustou o banco e o espelho retrovisor, chave na ignição, medo, lágrimas. A expectativa, o silêncio, por fim, o carro ligara. Soou como um velho tisso, engasg

Com teu Afeto

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mãos de carinho sorriso de cantinho olhos de menino. By Lu Ribeiro

Para Christian

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Sem arrependimento dispus sob os pés do meu algoz todas as loucuras tortuosos momentos. Nos lençóis deixados no chão despojei os restos a pseudorredenção ato indigno de arrependimento. Derramei em cada gota de silêncio viscerais beijos, parcos sorrisos apelo irracional ou puro fingimento. by Lu Ribeiro

Perambulando

Levei uma hora contando o tempo tempo para sonhar tempo para sorrir. Levei tanto tempo tentando não acordar tentando não sumir. tempo diluído na mémoria da carne subtraído no coração. Dando tempo ao tempo opto por vivê-lo em vão. by Lu Ribeiro