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Mostrando postagens de maio, 2015

PULSANTE

queria partir os laços lastros invisíveis insensíveis diante de ti queria transpor as barreiras das línguas das distâncias das dores das ânsias das fronteiras em mim.
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Enquanto meus sentimentos tentavam alçar voo ao céu, meus sonhos  estavam ancorados na realidade.

Ana Cristina Cesar

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Desejo tudo que é nocivo tudo que provoca sequelas me defenestro pela janela  quero sentir o meu segundo vívido do que lamentar pelos anos idos. Todo delito pode ter certeza é fruto de uma alma que não cabe em si.

Feito marionete

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Não pense minha querida que estou na sua mão você é minha artista eu sou barro no pilão Não acredite que sou seu escravo que vivo pra  servir finjo que sou palhaço pra ver seu sorriso florir Nem sonhe que sou seu boneco que é fácil me manipular seu olhar moreno me deixa de pernas no ar sendo assim tão decidido você não me faz de bobo não sonho, acordo contigo Acredite roubou meu coração

Sem lugar

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Não sabia o seu lugar quando criança era o patinho feio neta do segundo filho segundo o avô "poderia ser ou não, porque só os filhos das minhas filhas netos são." quando adolescente viveu secreta paixão vivia desajustada para os de sua idade, era madura e para os adultos não passava de um "crianção". chegada a maior idade não se adequava as condutas vivia a margem então. e agora na maturidade senhora "maluquinha" para bem da verdade não tem sintonia não fala só, por muitas vezes profere improbidades acho que se ajustou ao alemão*. *"alemão" refere-se a doença de Alzheimer 

Looping

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Arrumou os cabelos e saiu por aí nos pés calçou o vento na bolsa algum sentimento sacudiu os medos limpou as mãos e proferiu: Cada um que cuide de si!

Cuidado Amor!

Ontem eu vi você na rua, cabelos curtos, livros e óculos escuros que escondiam os meus olhos de mar. Passou por mim tão apressada,  suas pernas de gazela dão uma sedutora graça. Andava tão distraída que não percebeu o sinal amarelo que piscava. Então, como num instante mágico, segurei-a pelos braços, e numa fração de segundo beijei-a tão intensamente lá se foi a timidez que me assolava. Só acordei com o barulho das buzinas, seus livros no chão, cabelos desengrenhados, livros e óculos estilhaçados e ali na minha frente seu corpo inerte ao meu lado.

Luna Rosa

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Ele se sentou na mureta da praia, só algumas pedras e um par de léguas afastavam seus pensamentos da Luna Rosa. A família ao redor, conversas banais, olhares dispersos, mãos falantes e a solidão era forte demais. E a Luna boiando segura e muda no céu e a vontade de beijá-la era inevitável. O rosto  dela não aparentava o fulgor de vinte tantos anos passados, mas o seu sorriso infantil mantinha-se lá nas falhas de seus dentinhos desiguais.

Quase clandestina

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(Arquivo pessoal/ Rep. Dom- Ponta Cana- Barcelo) Fiz um verso bem enxuto, nele tentei ser franca e explicita.  Mas para minha surpresa esse verso foi lido por outro nas entrelinhas.  E daí, eu perdi a linha e fui em frente com a paixão.  Mesmo vendo a inevitável parede da censura, não quis saber não.  Na surdina, entrei no prédio, quase clandestina, subimos ao segundo andar.  Abrimos à porta, a partir daquele instante era só você, eu e o mar.

Descaminhos

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Caminho bifurcado eu cá sozinho fico em ensimesmado entre vielas e ruas encontro as escuras me perco nas curvas. descaminhos desencontros desses sonhos.

Selvagem

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No quarto  escuro   somos mais iguais. instintos aguçados pelos eriçados peles juntas bocas, seios, nucas simples animais. (Instinto Selvagem)

L'Amour

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Vi tanta coisa descobri outras tantas. Entendi que o amor não é uma coisa à toa,  às vezes é uma coisa boa, outras é uma coisa que dói.

Frase do dia

Uma amiga conversando com a outra: Como você está amiga? Mais ou menos, estou sozinha de novo. A outra responde: Não se pode projetar sua felicidade no outro. A amiga sem pestanejar diz: Mas não dá para fazer filho com dedo, né?!

Querer

Quero um pouco de paz quero ser capaz de viver quero o cantar de passarinho quero um bom amigo quero crescer. Quero ser capaz de dançar quero ser bom comigo quero escolher o meu caminho quero o direito de Ser.

A primeira vez

Júlio estava nervoso, mas não podia demonstrar isso para os colegas, afinal a partir daquela noite deixaria de ser virgem. Os amigos contavam vantagens sobre suas experiências sexuais, mas bem no fundo Júlio acreditava que mais de setenta porcento era pura invenção. Lembra-se com clareza de um "feito" contado por Quizinho, sobre uma tal loira que transou com ele no beco, perto da escola e também das gêmeas que "pegou" no mesmo dia, fora as outras histórias que eram recheadas de eloquência e inúmeras expressões com as mãos. Antes de sair do quarto verificou se tinha uma quantidade considerável de camisinha, porque não queria ser pego desprevenido. Fez uma concha com as mãos e expeliu o ar pela boca para verificar se o hálito era bom. Passou gel no cabelo, caprichou no topete. Cheirou as axilas para verificar se pusera desodorante. Enxugou as mãos na calça jeans nova e saiu. A distancia entre sua casa e o ponto de ônibus era uma eternidade, manteve a cabeça baix

A carta

Abriu o baú com cuidado. O coração bateu um pouco descompassado ao encontrar os rostos amarelados nas fotos esquecidas no passado. No alto dos seus sessenta e cinco anos não esperava sentir sentimentos tão longínquos impressos numa caligrafia bem feita. O papel escrito por caneta tinteiro, ainda continha um odor de saudade.  Petra acariciou o papel e desdobrou com cuidado. A carta datava 16 junho de 1975... Querida Petra, como era de se esperar a vida aqui em Londres é difícil. Saudades da comidinha caseira de Dona Cacá. Lembra que na saída da faculdade íamos almoçar no boteco "São Santo Antônio", aquela feijoada deliciosa. E as caipirinhas e acompanhavam a comilança e as suas risadas. Audíveis para mim nesse instante servem de trilha sonora para aumentar a minha saudade. Aqui por  vezes olho o Tamisa e suas águas escuras remetem os momentos de medo que passei nesses dois últimos anos aí. Peço-te desculpas, por te colocar em risco devido as minhas ideologias. Aqui

Querido Pedro

Querido Pedro, sei que estou em falta contigo, mas confesso que não sou boa com as palavras escritas. Elas são como formigas trabalhadeiras que carregam os meus pensamentos para o labirinto do meu coração. Você está estudando pra ser moço letrado, coisa que admiro muito, mas não pude desfrutar por ser sua irmã mais velha tenho obrigação com nossos pais. Eu só desejo que você estude com gosto, porque nós aqui estamos moídos de saudade. Pintada deu ninhada, tem que ver quanta belezura. Tonto tá velhinho todos os dias fica lá deitado de baixo de sua janela te esperando. Pai aposentou o Honesto. Ele vive agora pastando o dia inteiro e dormindo na sombra. No seu lugar tem uma "biz", que é bem valente, pois está aguentando a lida. Eu espero que leia essas palavras custosas, mas cheias de saudades. Beijos Naná