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Mostrando postagens de maio, 2013

Iluminura

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(mulher corre nua pelas ruas de Copacabana) corre nua pela rua imunda crua pele pés impunes negrume cria imune depravada defeca na calçada corre pela rua criatura sem lume, nua. by Lu Ribeiro

Espelho

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Menina no Espelho - Norman Rockwell Sem pretensão deposito em meus textos tudo aquilo que acho que sou invento pequenas histórias sobretudo daquilo que não vivi. Sem pretensão fujo das imitações dispo cada cicatriz diante dos olhares desconhecidos Sem vontade de ser o outro dos sonhos de alguém prefiro ser eu mesma  Uma simples pessoa que sem pudor chora suas dores e ri dos seus ridículos Sem pretensão de ser o que não sou navego por conta própria nos medos de quem ousou. by Lu Ribeiro * Norman  Rockwell era muito popular nos Estados Unidos, especialmente em razão das 323 capas da revista   The Saturday Evening Post   que realizou durante mais de quatro décadas, e das ilustrações de cenas da vida estadunidense nas pequenas cidades. Pintou os retratos dos presidentes Eisenhower, John Kennedy, Lyndon Johnson e Richard Nixon, assim como o de outras importantes figuras mundiais, tais como Gamal Abdel Nasser e Jawaharlal Nehru. Um de seus últimos traba

Sem tempo

Sem tempo para ser feliz, deixa-se levar pelas horas contempla nos outros tudo que sempre quis. Sem tempo para ser feliz deixa-se de pedir perdão na boca só tem a palavra Não Sem tempo para ser feliz deixa-se de ouvir uma canção  ruídos, lamúrias, sofreguidão. Sem tempo para ser feliz deixa-se de comer um "Bis" lamentando do peso infeliz. Sem tempo para ser feliz deixa-se de andar de pé no chão para não pegar um comichão. Sem tempo para ser feliz dita a moda, as horas, ditadura do tempo disritmia do pensamento ... lento movimento ... ... quase feliz ... Ufa! Foi por um triz! by Lu Ribeiro

Coisas de menino

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"- Sai daí garoto!" Ele fingiu que não ouviu, continuou amarrando as perninhas finas da rã. Entretido com o nó de marinheiro que aprendeu com o seu irmão mais velho. Acreditou que desta vez, as danadas não iriam escapar.  Por cada rã capturada a Dona da Quitanda iria "pagar" com linhas de pipa, papel de seda, cola, bolas de gude, balas e até algumas vezes dava um "mineirinho"*, mas isso dependia do humor daquela senhora, sem contar que a fiada tinha que ser de rãs graúdas. Havia dias que a barganha era difícil, "Oh! mulherzinha dura na queda!" reclamava o menino. Concentrado no seu trabalho o garoto, dizia consigo "este nó tem que dar certo", essa certeza interna era motivada pelo desejo de trocar "meia dúzia das graúdas" pelo tabuleiro de jogo de botão que a Dona acabara de pendurar na porta do seu estabelecimento aquele dia. Lu Ribeiro  Nota: *mineirinho =  é um refrigerante brasileiro com extrato de g

Sol, Céu e Mar (micro-conto)

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(Arquivo pessoal-Cidade Baixa- SSA- BA) Vestiu-se de sol, passou um batom róseo nos lábios e saiu. O coração saltava-lhe da boca, o tornozelo doía, era uma tarde quente de verão. Não pensava direito deixava-se levar pelo desejo, o simples desejo de ir. A cabeça aturdida lembrava-a do compromisso no trabalho, afinal esta era sua primeira oportunidade, não deixaria escapar. Carregava grossos os livros nos braços, mas o peso estava na consciência. Pegou um taxi desceu uma quadra antes do local marcado. Seus passos nervosos denunciavam os seus medos, mesmo usando óculos escuros sentia que todos a reconheciam, um misto de medo e alegria, movia o seu corpo na direção certa. De longe avistou o homem vestido de céu, “- Meu pedacinho de infinito” disse bem baixinho; neste instante ele virou em sua direção sorrindo. Não trocaram uma palavra, simplesmente mergulharam um no outro, se amaram no verde mar. by Lu Ribeiro

Rebelião

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Não aceito as palavras que  tu pões em minha boca Tuas verdades falsas Tuas mentiras verdadeiras. Não adianta não aceito! Dispo-me de preconceito Submissão do meu desejo. Algoz mordaz que silencia a minha fala Atroz amarra que me imputa A final  tu és um filho da Puta Pensando bem, nem puta merece um filho assim. by Lu Ribeiro

A bolsinha amarela de gato

De repente, o toque em meu dedo esquerdo fez a mente voar. Retrocedi as horas, os dias, os anos e, então, me deparei com seis anos de idade na sala de artesanato no fundo da Igreja São José. Vi nitidamente os rostos, as mãos, as bocas, os olhos, as linhas, as lãs, as agulhas, as receitas, as cadeiras, as revistas, as janelas abertas em mim. Imagens animadas há muito tempo perdidas. Um quadro vívido de um momento esquecido, onde o sonho não tinha limites e medos.  Vejo uma saia vermelho-cereja, pernas morenas e aconchegantes. Eram as pernas de minha mãe. Eu ali sentada no banquinho perto delas, que eram o meu apoio, acalanto e porto seguro. As mocinhas frequentavam as aulas de artes manuais, porque na maioria dos casos suas mães, avós, tias e primas também estavam ali. Era costume de aquela comunidade suburbana incentivar a tradição do artesanato. Outras estavam ali, pois era única forma de sair de casa, visto que naquele tempo  não era permitido as “meninas de família” bater p

Ode às Mãos

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Mãos minhas mãos suas mãos frias mãos nuas mãos que afagam mãos envolventes mãos que cuidam mãos coerentes mãos que encantam mãos indecentes mãos que trabalham mãos dormentes mãos que traçam mãos ardentes mãos que ensinam mãos  experientes mãos que cingem mãos dolentes mãos que matam mãos inocentes mãos que falam mãos eloquentes mãos que leem mãos sapientes mãos muitas são mãos simples simplesmente mãos.

Parque Lage

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(Foto Bebel Ritzmann) O toque mágico vem à tona os risos impressos na alma paro o tempo retrocedo as horas. Os momentos suspensos no ar o tempo  recém-construído  velhos sonhos sinto o peso dos livros. by Lu Ribeiro

Síndrome de pavão

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"- Onde estão os meus defeitos?" lembro-me desta pergunta toda vez que eu vejo alguém se pavonear . É engraçado como as pessoas do tipo "pavão" gostam de exaltar os seus feitos, suas habilidades, sua suposta sabedoria,... vivem intensamente o seu umbigocêntrismo . Há pavões que gostam de exibir seus bens como "roupas caras", "carros importados", ... ostentam os bens como se fosse algo precioso, de valor ímpar, ou seja, atribui as coisas o efeito de seu caráter. Agem como se fossem melhores do que aqueles que usam roupas simples, que não possuem carros,... Agarram-se aos objetos como se fossem seu cartão de visitas,  a razão de viver e valor  humano. Há pavões que gostam de expor sua sapiência, seu academicismo, sua "alta-cultura",... possuem um falar empolado, torcem o nariz para a cultura do povo, reprovam as variações linguísticas, censuram tudo e todos. Eles são esnobes acreditam "nas suas verdades" e superioridade

Historinha do coração

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Perto do coração montei minha cabana de palha veio uma paixão ardente  queimou, não durou nada. Perto do coração instalei minha oca de tábua veio uma avassaladora paixão derrubou não sobrou nada. Dentro do coração construí minha casa de argamassa veio uma paixão louca bateu na porta  levou um não na cara. Dentro do coração agora a casa está arrumada feita de amor próprio Fé em Deus Não preciso de mais nada.

Renascer

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Cai, o destemido  herói em prantos Traz em sua alma seu langor  e desencanto Iluminado pela cegueira da paixão Descobriu em sua amada o sabor da desilusão. Aluado por parcos cantos Sobrevivente de perdidos encantos Vagueia por entre árvores secas de ilusão Vai, o menino livre de compaixão. Reina a paz estranha dos desapegos Surgente das perdas, soma dos erros Nasce o homem novo de coração Vai buscar noutro amor, sublime paixão.

A cidade sem Jus

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( Tensão cresce na França após aprovação da união homossexual) A cidade Luz se apaga a liberdade é estupor a fraternidade  é avessa a igualdade multicor. A luz da cidade se apaga Imersa nas trevas do abuso do discurso do primado do terror. Na cidade luz paga a liberdade com ruas de dor. Na cidade sem luz a fraternidade dá lugar a  iniquidade. Na cidade  igualdade não tem mais  jus .

Quadrinha I

Sujeitinho canhestro  esse tal de Despeito. Bota defeito em tudo, só não corrige seu erro.

Quadrinha pra ninar

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(arquivo pessoal) Para Roberta Ferrão  Tanto te desejei e agora sou correspondida. Tanto sonhei e hoje tu és minha vida. Lindo anjo, minha princesa, minha filha, Maria Rita.

Meu anoitecer

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(arquivo pessoal- Por do sol Pier da Ribeira SSA/BA) anoiteci tão intensamente tão insanamente tão de repente anoiteci tentando esquecer prescrutando cada olhar procurando você anoiteci o corpo inteiro desnudando suas vestes meu único desejo anoiteci em cada não em cada perdão em cada pedido de compreensão anoiteci lentamente e tão subitamente que me perdi de você.

Quinta-essência

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(arquivo pessoal-Buenos Aires) Sinto o peso das palavras vertem lágrimas perdidas entre os suspiros. Sinto o penar do tempo vento alísio fracasso dos meus delírios. Sinto o sussurrar da saudade veia cava pulsar fraco do meu coração partido.