Ela escolheu a segunda sexta-feira do ano para botar a papelada em ordem. Acordou disposta a tudo, jurou que não ia salvar nada. Pegou os papéis aninhados nas caixas que reaproveitou da última mudança. No primeiro ato deparou-se com uma cartinha do filho aos 6 anos de idade, que escreveu em letras garrafais "MELHOR MAMÃE DO BUNDO, BETO" - sim, Beto tinha problema de disgrafia e dislalia - Este probleminha deu muito trabalho para "consertar" muita terapia, fonoaudiólogo... Inclusive quando ele fica nervoso troca tudo, fala um idioma que ninguém entende. Mas como se desfazer de tão doce lembrança, ela ficou com dó e guardou. A seguir encontrou umas cartas que ela escreveu quando passou férias em Olinda, com apenas 16 anos. Era semana de Carnaval subindo e descendo as ladeiras incansávelmente, tinha energia para dá e vender, foi lá que fumou o primeiro cigarro, um vício que perdura até hoje. Já iniciou vários tratamentos, parava por algum tempo e depois vol