Novo Rumo
Tatiana custou a se levantar, não dormira direito. Seus pensamentos foram impiedosos carrascos, lutou com todas as suas forças, mas eles ficaram cada vez mais perversos. Não sabia como retornar a vida de solteira, agora não tinha mais o fulgor dos vinte cinco anos, entrara na casa dos trinta e nove, daqui a alguns meses já terá entrado na casa dos "enta". Sentia-se velha, mesmo que o espelho mostrasse o contrário. Lamentou-se por não ter tomado essa decisão antes. Hoje, além do peso da idade, tinha duas crianças para cuidar. Os meninos eram vivazes, percebiam o clima ruim entre os pais. O mais velho, Guilherme, todas as vezes que a encontrava enxugando as lágrimas dizia "Vou te dar um beijinho e tudo vai passar.". Taty se consolava com a ingênua demonstração de apoio e se recompunha, e mentalmente repetia o mantra "preciso ser forte". Hoje o dia amanhecera chuvoso, mas sentia as preocupações da noite anterior estavam impressas em suas olheiras,