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Mostrando postagens de março, 2013

Fotos da memória

Vejo nossas fotos de antes, do tempo que ficou perdido, lá bem longe do coração de hoje. Vejo as nossas faces preenchidas por enormes sorrisos de felicidade, por olhos de infinito e por mãos atadas como visgo. Nesta viagem rumo ao passado finito, lembro dos sonhos traçados nos astros e dos beijos jurados no abismo. O mundo que tentava em nos separar era pequeno diante aos nossos desejos pueris, porque em nossa cabana suspensa no mar, vivíamos dias afins. A memória não tarda em falhar, porque muitas palavras juradas ficaram suspensas em algum lugar, e hoje não consigo fisgar nem um ínfimo fragmento,  para todo o meu tormento, ficou perdido no labirinto do meu desatino. Hoje vejo nossas marcas senis, pele enrugada pela vida, pela saudade adormecida perdidas nas fotografias dos nosso dias juvenis.

Convite

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(Arquivo pessoal by Lu Ribeiro) Outro mês me convidaste para brincar, por temor em perder, preferi negar. Outra semana me convidaste para cantar, por medo em desafinar, preferi refutar.  Outro dia me convidaste para dançar, por causa vergonha, preferi recusar. Outra tarde me convidaste para passear, por vontade do coração preferi dizer não,           porque ele anda tão sozinho que não sabe caminhar tranquilo pelas ruas da           paixão.

O tempo

Fiz do teu silêncio uma espécie de bordado cada mensagem não respondida era um desenho formado. Fiz do meu sofrimento um tipo de fibra cada dor sofrida era um ponto forjado. Fez o tempo dono da minha sina um excelente trabalho. Todo tecido bordado a cada período era dissolvido pelas sábias mãos do destino. (O tempo só não cura, mas também reconcilia. Victor Hugo)

Legado de Eros

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Deixe as minhas palavras tocarem o teu corpo Sinta cada substantivo como carícia Permita que cada artigo seja definido como alegria Sinta  cada adjetivo como deleite divino  Permita que o verbo seja sempre de ligação copulando o meu querer com o teu ser Deixe todas as promessas perdidas nas vírgulas Sinta o gozo de todas as letras E por fim, permita que esta hedonística jaculatória seja o visgo devaste a tua alma e me dilacere de prazer.

Fora

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(O diário de Bridget Jones) maldita noite dor de cabeça pote podre enxaqueca coice de mula gim com cuba salto alto saia justa enche a cara pura fuga finge que ri dança quase nua saboreia a vingança chuta o pau da barraca mata toda a esperança.

Prelúdio da Paz

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Despedi-me do teu corpo através das marcar impressas no meu colchão, nas pegadas molhadas deixadas no piso do banheiro no cheiro da loção que impregnava o quarto inteiro. Não verti uma lágrima se quer o peso que  oprimia meu peito dissipou-se que nem frâncio. O som do seu silêncio preencheu-me de alegria perfeita alquimia  celebrada pela paz da crescente calmaria.

Alma Grey

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A ansiedade ganhou  a madrugada berrou a cama me expulsou. O Fantasma da agonia rouba o meu sono extingue minha energia. A luta desmedida fatiga a vida tristeza infinita. Alma Grey é m inha sentimento perdido  dia de eterna neblina. (Depois que reli "As mulheres de  Vírginia Woolf" ,nasceu esta singela homenagem)

Vagante

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vagante perambulando pelas vielas estreitas da minha memória percebo que  a cada passo que lanço ao ermo  meu corpo oscila entre os devaneios. vagante por ruas largas de arrependimentos ladeadas  por grossas árvores de sofrimento vejo os frutos do meu erro sinto o sangrar da alma. vagante por becos sem saída retorno ao ponto de partida desde o momento da derradeira despedida desejos petrificados na memória.

Delírio

Acordada sonhei contigo um misto de saudade desespero e desalinho Inebriada mergulhei no infinito um sonho de verdade certeza e descaminho Apaixonada rasguei a alma tatuei teus lábios usurpei gemidos

Amor caído

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casto  sentimento loucura desperta arrependimento  profundo   suga  alma abismo profundo ato  impensado amor vagabundo

Procura

Quando os meus olhos procuram tua boca percebo a tua angústia. Frágeis pensamentos sólidos sofrimentos efêmera fuga. A boca a língua mergulha sela no silêncio da noite  teu grito, minha súplica.

Peleja

As palavras malditas: os palavrões. Tempestades previstas: as aversões. Mensagens  que agonizam: os furacões. Quem grita, não fala. Quem cala, não vê. Quem  é forte, ignora. Quem sorrir, não quer saber. Corações distantes sonhos capturados. Mentes ambulantes caminhos análogos. Verdades errantes elos desfragmentados. Pugna sem vencedor Perdidos sem temor Utente sem valor Desejo do usurpador.  Por que ? Não tem vez a consciência. Não tem voz o amor. Não tem vacina pra dor.

Doce infância

Araçá, goiabeira manga, laranjeira cajá, tamarineira sabores infantis balanço no jardim cabra-cega pega-pega água de poço banho de rio brincadeiras de menino lembranças de Araruama vívidas lembranças sítio São Francisco.

Estrelar

Perto das estrelas construí  castelo de sonhos Perto das estrelas vivi por dias longos Perto das estrelas teci as esperanças Perto das estrelas brinquei como criança Foi perto das estrelas descobri a verdade: Todos estes que estão por aí tentando varrer as estrelas do meu mundinho Eles passarão, voarei como passarinho. Minha inspiração o eterno Mario Quintana (Poeminha do contra)

mudança

Meu céu de nuvens negras foi embora contigo e o Sol fez as pazes comigo.

Regresso

Não quero o perdão tolo sem sentido profundo. Quero o sentimento mudo que os teus olhos me dão. Não espero o discurso vazio de apelo vagabundo Espero o silêncio sentido que as tuas mãos me confortam. Não desejo o beijo frívolo dos teus lábios vadios Desejo a alma vívida de teu sorriso. Apenas preciso  do sincero abrigo dos teus braços  da verdade implícita dos teus afagos da sua vida de volta ao meu lado.

Kabuki

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Não se iluda com o meu sorriso meigo meu olhar de soslaio meu andar vageio. Perceba que entre as frases escondem verdades perfilam vaidades. Não se impressione com a minha cara amarrada minha boca velada minha pele lavrada Entenda que o silêncio cingido no peito revela o desejo do coração bipartido.