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Mostrando postagens de julho, 2015

MEDO

a trave nos olhos entrave na vida limita exclui escraviza

A última palavra

Numa discussão acalorada Plínio tem por hábito dizer a última palavra. Débora há muito tempo andava chateada Afinal ela era sempre a culpada Até que um dia percebeu a oportunidade de passear na cidade, percebeu o que a moda dita. Vivendo nas cercanias pouco via gente e pouca gente havia. Numa manhã de sábado não por acaso resolveu cortar as madeixas eram inúmeras queixas com o calor que fazia. Foi ao salão da Gracinha colega de longa data desde os tempos de menina. Sentou na cadeira e disse: _Corte essa cabeleira não aguento mais com calor, minha querida! Voltando pra casa toda feliz da vida deu de cara com Plínio que pasmado nada dizia. Ele ficou parado, ela com sorriso nos lábios disse: _ Fiz o que queria. Acabou! Agora, a última palavra é minha! 

mitigando

Coloquei no pilão um punhado de hipocrisia juntei pitada de fel um pouco de mel um tico de saudade. Moi o medo cunhei segredos passei o dia todo assim.
Desejei o outro que não era eu que não era meu que era outro que era tolo porque queria ser teu.

Vende-se

a tristeza acampou em meu coração por esses dias a felicidade foi embora, trocou-me por outra vida a nostalgia quer morar comigo a verdade passou por mim desapercebida o coração está bagunçado o pensamento está lotado o amor está em liquidação.

Reminiscências de um sonho (parte3)

Guissepe ao chegar em águas brasileiras, sente-se cheio de esperanças. Olha a pequena Gioconda com ternura, mas ainda sente todo o fardo da tristeza, a lembrança de sua esposa. Teresa foi uma mulher maravilhosa, possuía uma personalidade dócil, que disfarçava toda a sua atitude de mulher mandona. Ela gostava de organizar a casa com esmero,  no entanto, era  essa doce criatura quem gerenciava os negócios, Guissepe era um mero fantoche, cabia-lhe apenas colocar um sorriso no rosto e ser polido no trato com as pessoas. Teresa tinha um forte tino empreendedor fora criada para ser dona de casa, porém seu pai percebendo o jeito da filha lhe ensinou as escondidas a fazer a contabilidade, organizar estoque,... coisas que não cabia ao papel feminino. Submerso em seus pensamentos, Guissepe não percebia as pessoas em seu entorno. Sua mente só questiona-lhe sobre a decisão em viver em terras estranhas carregando uma filha de seis anos e uma irmã viúva. Será o que o destino vai lhe reserv

Tímido

Imagem
Fico cá no meu cantinho suspirando por um momento em que distraída passa sorrindo eu em silêncio lhe seguindo com aquele olhar de quem deseja um simples acendo tímido ou sorriso benfazeja. Ah! Aquele andar desfilando que lindo! Como bailarina fosse brinca com meu íntimo que vontade de tê-la em meus braços reitero que sou fraco prefiro ser ignorado do que por fim perdê-la. (imagem Google)

Reminiscências de um sonho (parte2)

A pequena Gioconda  guardou na memória por muitos anos o passeio que fez no convés do Colombo com seu pai. Afinal, a dura viagem que se estendeu por longos dias dava-lhe a sensação de ter durado meses, e porque não dizer anos. Quando vapor deixou o porto de Gênova no inicio da primavera o calor já se pronunciara, mas a menina teria que usar vestidos escuros pois estava em estado de luto por causa do falecimento de sua mãe.Na verdade os vestidos incomodavam menos que o distanciamento de seu pai. Giuseppe era um homem bem alto, educado e comunicativo tinha empreendimentos diversos, era respeitado por sua comunidade. Contudo, desde o inicio da doença da esposa ficou distraído. Seu semblante refletia sua agonia e preocupação. Quando a esposa veio a óbito estava sem forças e deprimido. Ficou aproximadamente vinte dias trancafiado no quarto, deixando sua única filha aos cuidados de sua irmã mais velha, Maria. Maria cuidava da menina e de seu irmão com grande afinco, relegando sua

Reminiscências de um sonho

Mariana fechou o livro, guardou os óculos, guardou os papéis e o lápis. Tentou fazer o mínimo ruído. Sentia as mãos doloridas e os olhos cansados, mas o seu coração estava alegre. Valeu o sacrifício, finalmente encontrou registros de seus tataravós. E assim, pode reescrever a história de sua família. Tudo começou com o vapor que saíra do porto ...

Madrugada

mergulho nos braços da solidão o aconchego que me entorpece não merece um só gesto de perdão. Sem ressentimento entendo que estar só não é viver fora da multidão é o laço que se estende entre mim e ti toda a serenidade da aceitação.

Balanço

Busco o equilíbrio entre o desejo e a sanidade. O vai e vem intenso retira-me o eixo não me queixo Algumas vezes sou pêndulo outras vezes desequilibrada mesmo.

Vorazes

não temo tremo quando me tocas temos trocas de olhares de lugares somos vorazes.