As areias de Jeri

Ela continuou a caminhar pelas dunas. A areia fina passava pela proteção da roupa e rasgava-lhe a pele.
O sol de Jeri era impiedoso com os mais fracos, parecia que o calor calcinava os ossos. Além disso, aumentava a sensação de carregar toda a culpa do mundo nas costas. Afinal, abandonara o marido nas vésperas das bodas de porcelana.
Esse pesar em particular fazia parte do ônus de sua escolha. Respirou profundamente, ajeitou os cabelos, prendeu o lenço sob o chapéu de abas largas, passou batom nos lábios e ornou-se com um sorriso franco. Depois, acenou para o seu amor que brincava de desmanchar as ondas do mar. Definitivamente estava feliz.


Comentários

  1. Olá.

    Belo texto... ele fala de força, paz e felicidade.

    Parabéns pelo texto e uma boa noite.

    ;D

    ResponderExcluir

Postar um comentário

Postagens mais visitadas deste blog

Síndrome de pavão

Sem Glória