O café (parte 1)

(Automat- Edward Hopper)


Ela chegou primeiro, visitou todas as lojas da avenida. Comprou o que era essencial. Mas o temor e ansiedade estavam unidos, sendo assim, partiam sua decisão.
Chegou ao café, escolheu uma mesa no canto, que lhe permitia vislumbrar todo estabelecimento. Estava sem fome, sem sede, mais cheia de esperança.
Ele não demorou. Chegou no horário combinado. Sorriu quando a viu, se aproximou rapidamente, cumprimentou-a, mas ela estava ao celular e fez um gesto simples com as mãos. Isso o decepcionou.
Ele estava nervoso, ensaiara diversas frases, mas nada vinha em mente assim pertinho dela.
Falaram sobre vários assuntos, a conversa se encompridou pelo final de tarde. Papo animado, mas o motivo principal que os levara ali, nem se quer foi mencionado.
Depois de três horas, ela resolveu ir embora, alguém a aguardava em casa. Ele assentiu meio contragosto. Saíram em silêncio. Fora do estabelecimento apertaram as mãos e seguiram em direções opostas.
O coração dela desaparecera. Os pés caminhavam sem alma, sem se importar com as horas. Ela repetia o mantra: "tudo era coisa de minha cabeça". Dobrou a esquina, caminhou sem direção.
Ele saiu contrafeito, cobrou a si mesmo coragem e e praguejou baixinho " P...! Como sou covarde!". Mas decidiu que iria procurá-la e falar toda a verdade. Os sentimentos eclodiam no peito e na mente. Não aguentaria aquele silêncio.
Meia hora depois ao chegar em casa o celular tocou. Era ele.






Comentários

  1. Que bom seria era ela batendo em minha porta e dizendo te amo.
    não custa nada sonhar com quem se ama neh
    #eve#
    evesuzano@bol.com.br

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