No Varal

Pus no varal as minhas ideias para secar
percebi que algumas ficaram alvas
outras manchadas em algum lugar.
Coloquei também a temperança para clarear
as tristezas estavam encharcadas
precisei torcê-las com cuidado
eram teimosia  demais
cheias de carrapichos
cheias de caprichos
cheias demais.
Tentei enxaguar os desamores
tão amarelados coitados
optei por deixá-los de molho.
Esfreguei a falsidade
com todo meu esforço
saiu bem devagar 
cada nódoa que soltava
eu danava a cantar.
Depois de  tanto trabalho
quarei as roupas no tacho
as rusgas antigas ficaram por lá.
Hoje pus no varal todos os  segredos
os medos, os desejos, os sonhos,...
Outro dia passo lá para buscar

Hoje quero ficar nua
brincar na chuva
rir de me acabar.

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