Max e Mi: um amor desigual

Mi entrava sem pedir licença, não se importava com os outros moradores. Todas as tardes, Max calmamente a aguardava. Mi conversava com o corpo, um  languido sussurrar, sem nexo para os outros, mas para ele era doce poesia.
Numa tarde chuvosa,  um entra e sai de gente desconhecida. Max acreditava que daqui a pouco tudo se resolveria, contudo, veio o entardecer e um passeio inesperado. Entrou no carro com sua família, sem tempo de avisar a amiga que morava do outro lado da rua. Max relutou, mas algo estranho acontecia. O carro partiu bem rápido, ruas, prédios, pássaros, um cheiro de marina. Quando percebeu tinha chegado numa casa desconhecida. Percebeu pela euforia dos outros, que aquela seria sua nova moradia. Um vazio o preenchia, latiu baixinho, saudades de Mi.
Mi achou esquisito a casa estava vazia. Procurou por Max por toda casa, o chamou, mas ninguém respondia. Foi então que percebeu que o amigo partira, o coração doeu, um mio profundo proferiu. Se pudesse chorar o faria, porque Max não entendeu quanta falta ele fazia. 

(Mimosa- foto de Simone O. C. Basílio)

*Baseado em um fato real, Mi ou Mimosa é a gata da minha amiga Simone Basílio.

Comentários

  1. Lindo Lú!

    Tenho certeza que foi assim, pois após a partida do Max, vi a Mími nossa Mimosa saindo da casa juntamente com seu irmão, com certeza foram procura-lo,
    e Ela passou o restante do dia triste e ainda hoje se pronunciarmos o nome de Max ela olha imediatamente para casa.
    Sabe Lú, se todo ser humano bem soubesse aprenderia com os animais que, quando se ama
    verdadeiramente ama, e são gratos pelo amor recebido e que
    não existe raça, cor, nem classe social, existe sim...uma verdadeira amizade.

    Obrigada amiga por este lindo poema, em homenagem a minha Gatinha Mimosa e labrador Max.

    Desejo que Deus continue te inspirando e te abençoando,
    Beijos, sua amiga de sempre
    Simone Basílio

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