O e-mail


Outro dia recebi um e-mail o remetente era desconhecido, mas como não tinha anexos, pensei que fosse inofensivo.
Mas para o meu espanto, vinha nele um convite. Sujeito maduro de poucos anos, acha que é bi, na verdade está em conflito. Suposto morador da mesma cidade que vivo, propôs um encontro via skype para um bate papo mais íntimo.
Li o convite sem nexo, porque em nenhum momento me expus para receber tal apelo, foi então que eu percebi que ele observava as minhas poesias e supunha o que estava escrito era tudo vivido.
Foi então que eu percebi que ainda existiam pessoas que confundem o texto como algo experiênciado por quem o escrevia.
Achei por bem, responder o email, visto que “aquele tipo de contato” não me satisfazia, se ele tivesse poesias ou outros textos para compartilhar, tudo bem eu o faria. Caso fosse outra sua intenção aquilo não me aprazia.
Dois dias se passaram e nem uma resposta eu recebia, até que ontem bem tarde da noite encontrei o email que dizia. “Eu não quero outra coisa afinal eu só me correspondo com gente bonita”. Ufa! Respirei aliviada, porque se é isso que ele procura, vai cantar em outra freguesia.
Ainda bem que não possuo essa “Tal belezura” porque prefiro meus textos com lisuras, o que escrevo é o que me faz ser o que sou.

Suposta escritora aprendiz de poetiza*. 

(A mulher em frente ao espelho-Pablo Picasso)


 

Onde ver: Museu de Arte Moderna, Nova York 
Ano: 1932 
Técnica: Óleo sobre tela 
Movimento: Cubismo
* aprendiz poetiza= iniciante no poetizar, isso merece explicação, para não confundir com o substantivo feminino poetisa. Aliás eu anarquicamente prefiro utilizar poeta. Porque para mim o poeta não tem gênero é um estado da alma.

Comentários

  1. Já passei por situações como esta, as pessoas realmente confudem a realidade com o que está escrito, mas o poeta ou o ecritor é assim ele escreve para o mundo e sempre haverá alguém se identificando com seu escrito, e muitas vezes sem querer acaba ajudando involuntariamente alguém que precisa, parabéns e abraços do Alê.

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    1. Ale, ainda bem que isso é mais comum do que eu imaginava. Grata pelo comentário.

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